Curso integra política estadual de valorização da reciclagem e busca fomentar autonomia feminina no setor

Foto: Daniel Castellano/SEDEST-PR

Dez mulheres que atuam com reciclagem em Curitiba e nos municípios de Campo Largo, Balsa Nova e Fazenda Rio Grande receberam nesta sexta-feira (30) os certificados de conclusão do curso de capacitação para formação empreendedora. A iniciativa faz parte da 1ª edição do programa Empreendedoras da Reciclagem, promovido pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), com apoio do Gabinete da Primeira-Dama do Estado, da Prefeitura de Campo Largo e das empresas SIG Combibloc e So+Ma. A cerimônia ocorreu no Casarão do Parque Newton Puppi, em Campo Largo, e contou com a presença do secretário estadual Rafael Greca.

Lançado em outubro de 2024, o programa visa fortalecer a autoestima, qualificar o trabalho e reduzir a informalidade entre mulheres que atuam em cooperativas e associações de reciclagem da Região Metropolitana de Curitiba. A ação integra o projeto Recicla Paraná, que prioriza o fortalecimento da cadeia ética da reciclagem no Estado.

“O curso me fez olhar para mim mesma, entender quem sou como mulher, empreendedora, ser humano. E também trouxe conhecimento sobre como nos desenvolver nesse setor, que é tão importante para a sociedade”, relatou Liliane dos Santos, conhecida como Lili da Reciclagem.

Com uma carga de nove mentorias desenvolvidas pela startup So+Ma, a capacitação abordou temas como planejamento financeiro, produtividade, saúde no trabalho e autoestima. A metodologia foi construída com base em um workshop de escuta ativa com lideranças femininas da reciclagem.

De acordo com a fundadora da So+Ma, Claudia Pires, 75% da força de trabalho da reciclagem no Brasil é composta por mulheres. “O objetivo é que elas se sintam, de fato, empreendedoras do próprio negócio, porque fazem muita diferença na sociedade”, destacou.

O secretário Rafael Greca reforçou a importância da atuação municipal na sustentabilidade. “São as cidades que reciclam, que limpam, que plantam árvores, que cuidam para não jogar lixo nos rios. São as cidades que fazem o mundo melhor”, afirmou.

Segundo levantamento da Sedest, o Paraná tem cerca de 6 mil catadores e catadoras organizados em 443 cooperativas e associações. A maioria é formada por mulheres, como Sandra Mara de Paula, de 42 anos, integrante da Associação Unidos da Reciclagem (Assur), em Campo Largo. “Foi muito bom, trouxe bastante aprendizado sobre logística reversa, formas de aumentar a renda. Espero ter mais oportunidades como essa”, disse.

A iniciativa marca o início de uma nova frente de atuação da política ambiental paranaense, com foco na inclusão produtiva de trabalhadoras do setor de reciclagem. Com a formação das primeiras turmas, o Governo do Estado testa um modelo que poderá ser replicado em outras regiões, ampliando o alcance da estratégia e fortalecendo a cadeia da reciclagem com protagonismo feminino.

Fonte: AEN – PR

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