Foto: Divulgação AEN – Perfuração de poços artesianos garante água potável nas áreas rurais do Paraná

Em resposta aos impactos das mudanças climáticas, o Paraná vem fortalecendo uma série de ações para enfrentar os efeitos da seca e prevenir a desertificação em seu território. Os investimentos vão desde programas de irrigação e proteção de nascentes até a perfuração de poços artesianos e incentivos fiscais ambientais, com foco especial nas regiões mais vulneráveis à estiagem.

As medidas foram reforçadas neste 17 de junho, data em que se celebra o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, criado pela ONU para conscientizar a população global sobre os desafios da escassez hídrica.

Gestão hídrica moderna e integrada

O Instituto Água e Terra (IAT), responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado, intensificou a emissão de outorgas de uso da água, com mais de 16 mil documentos emitidos em 2024 – um aumento de 42% em relação ao ano anterior. As outorgas são exigidas para garantir o uso sustentável da água em diversas atividades produtivas e são facilitadas por manuais técnicos atualizados e ações educativas.

Além disso, o IAT iniciou neste ano um mapeamento aprofundado das 16 bacias hidrográficas do Estado. O estudo, que envolve R$ 30 milhões em investimentos, servirá como base para a revisão dos Planos de Bacias Hidrográficas e deve ser concluído até 2027.

Água no campo: mais poços e acesso à água potável

Com foco na zona rural, o programa Água no Campo, coordenado pelo IAT, já garantiu a perfuração de 676 poços artesianos em 167 municípios desde 2019, assegurando água potável para milhares de famílias. Até o fim de 2025, a previsão é entregar mais 200 poços, somando um investimento total de R$ 10,4 milhões.

A iniciativa acaba de receber um reforço tecnológico: três novas sondas roto-pneumáticas com capacidade para perfuração de até 550 metros, ampliando o alcance em áreas de difícil acesso, especialmente no Oeste e Noroeste do Estado.

Irrigação sustentável ganha fôlego

Com apenas 3% das áreas de lavoura irrigadas, o Estado busca ampliar esse número em 20% com o programa Irriga Paraná, coordenado pela Secretaria da Agricultura (Seab) em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e licenciado pelo IAT.

Dos R$ 200 milhões investidos, R$ 150 milhões são destinados a linhas de crédito com bonificações para produtores que adotem boas práticas ambientais, como a proteção de nascentes e o reaproveitamento da água.

Na região Noroeste, uma das mais afetadas pela estiagem, o projeto IrrigaSIM promove estudos e capacitações para implantação de técnicas de irrigação sustentável, com apoio da Fundação Araucária e do instituto americano Daugherty Water for Food.

Preservação de nascentes e reflorestamento

No enfrentamento à escassez hídrica, o reflorestamento de matas ciliares e a preservação de nascentes também têm papel estratégico. O programa Paraná Mais Verde distribui mudas de espécies nativas por meio de 19 viveiros. Apenas na Semana do Rio de 2024, quase 7 mil mudas foram plantadas às margens dos rios Ivaí, Paraná, Paracaí e São Mateus.

Outro método adotado é a técnica solo-cimento para recuperação de nascentes, garantindo a retenção da água durante períodos de estiagem. No último ano, 23 nascentes foram restauradas com esse sistema.

Incentivos fiscais premiam proteção ambiental

Como estímulo à conservação dos recursos hídricos, o Estado mantém o programa ICMS Ecológico por Mananciais, que repassa recursos aos municípios que preservam fontes de abastecimento. Em 2024, R$ 317,5 milhões foram transferidos a 101 municípios, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

O programa beneficia 25% das cidades paranaenses e abrange áreas responsáveis pelo abastecimento de 65% da população urbana do Estado.

Fonte: Bem Paraná

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