Foto: Paulo Henrique/AEN

Foi lançada nesta terça-feira (03), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, a edição 2025 da campanha Junho Paraná Sem Drogas, promovida pela Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná. O tema deste ano — “Jogos e dependências tecnológicas: o novo desafio da prevenção” — chama atenção para um fenômeno crescente e silencioso: a ludopatia, transtorno caracterizado pelo vício em jogos, especialmente apostas online e jogos eletrônicos.

A escolha reflete uma nova realidade: com o avanço da tecnologia e o fácil acesso a ambientes virtuais, adolescentes e jovens estão cada vez mais vulneráveis a comportamentos compulsivos. O alerta da campanha é claro: a dependência deixou de ser apenas química — ela também é digital.

Durante o lançamento, o diretor-geral da SESP, Adilson Lucas Prusse, destacou o trabalho conjunto entre os poderes e instituições no combate a esse novo tipo de vício. Já o coordenador do Centro Estadual de Política Sobre Drogas (CEPSD), Renato Figueiroa, reforçou o compromisso do Estado em enfrentar as múltiplas formas de dependência. “A ludopatia já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um transtorno tão sério quanto o vício em substâncias químicas”, afirmou.

A campanha será coordenada pelo CEPSD em parceria com o Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conesd). Ao longo de junho, serão promovidas palestras, ações educativas e o tradicional concurso estadual de vídeos, com participação de estudantes do ensino médio.

Um dos principais anúncios foi o lançamento do curso “Drogas, Educação, Saúde e Sociedade”, voltado a professores e profissionais da saúde. A formação será realizada por meio de parceria com a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD) e a Escola de Gestão do Paraná.

A presidente da ABEAD, Selene Barreto, defendeu o papel fundamental do educador na prevenção: “O professor é muitas vezes o primeiro a notar quando um aluno vive um ambiente familiar marcado por dependência. Levar esse conhecimento à sala de aula é cuidar da saúde pública”, disse.

Durante o evento, também foram realizadas palestras com o psiquiatra Rodrigo Menezes Machado, sobre jogo patológico e riscos à saúde mental. A Lottopar apresentou sua campanha sobre regulação de apostas e práticas responsáveis. O grupo Jogadores Anônimos compartilhou relatos de superação, como o do integrante Pedro Vieira.

Ao dar visibilidade à dependência digital, o Paraná acompanha um debate global e necessário. A abordagem preventiva precisa evoluir com os tempos: se antes a maior ameaça vinha do tráfico, hoje ela pode estar em um celular conectado 24 horas por dia. O desafio das autoridades, educadores e famílias é agir antes que o vício — seja ele químico ou comportamental — destrua vidas ainda em formação.

Fonte:AEN – PR

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