
A fase de oitivas na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referente à ação que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus de tentativa de golpe de Estado foi concluída na segunda-feira (2). Agora, a próxima etapa será o interrogatório dos próprios acusados, incluindo Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, marcou para a próxima segunda-feira (9) o início dos depoimentos dos réus, que respondem pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Durante as oitivas das testemunhas, Bolsonaro foi destaque, com relatos de que ele teria consultado generais sobre a possibilidade de “virar a mesa”, discutido a prisão do ministro Moraes e buscado meios para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022. Entre os depoentes estiveram o ex-comandante da Força Aérea Carlos de Almeida Baptista Junior, o ex-chefe do Exército Marco Antônio Freire Gomes e o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro, negou ter conhecimento de qualquer plano de golpe, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP-PI) relatou que a transição de governo foi iniciada para conter protestos de caminhoneiros que não reconheciam o resultado eleitoral.
Além de Bolsonaro, serão interrogados o general Walter Braga Netto (que está preso e será ouvido virtualmente), ex-chefes militares, ex-ministros e outros colaboradores. Os réus poderão permanecer em silêncio se assim desejarem.
Após o interrogatório, a fase de instrução será encerrada e seguirão as alegações finais, antes do julgamento que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos acusados. O julgamento será presidido pelo ministro Cristiano Zanin.
Fonte: O Estado de S. Paulo e Bem Paraná