
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta segunda-feira (16) para o Canadá, onde participará da 51ª edição da cúpula do G7, grupo formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e o país anfitrião. O evento ocorre em um contexto de alta tensão geopolítica, com foco especial na escalada dos conflitos entre Israel e Irã, tema que deve dominar os debates multilaterais.
Convidado como representante do Brasil, Lula pretende usar sua fala para reiterar a crítica ao prolongamento de conflitos armados no Oriente Médio, defendendo que as discussões sobre segurança energética e estabilidade global devem priorizar a preservação da vida e a promoção da paz. Essa será sua nona participação em reuniões do G7, o que, segundo aliados, evidencia o retorno do Brasil ao centro das negociações diplomáticas internacionais.
Além do Brasil, outros países em desenvolvimento e economias estratégicas também foram convidados à cúpula: África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México. O Brasil havia deixado de integrar a lista de participantes em anos anteriores, mas voltou a ser chamado em 2023.
Durante a viagem, Lula tem encontros bilaterais previstos, incluindo uma reunião com o primeiro-ministro canadense Mark Carney. Também há expectativa de uma conversa com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a pedido deste último. No entanto, segundo fontes do governo, um encontro reservado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é considerado pouco provável neste momento.
O presidente brasileiro deve retornar ao país já na noite de terça-feira (17), logo após o encerramento das discussões. Segundo o Itamaraty, a passagem pelo Canadá será breve, mas estratégica para reforçar posições do Brasil sobre temas como segurança internacional, transição energética e cooperação entre potências e países emergentes.
Em um momento em que o mundo vive o esgotamento de fórmulas tradicionais para a paz, o Brasil chega à cúpula do G7 com o discurso de que segurança e desenvolvimento só são possíveis com diálogo, inclusão e respeito ao direito internacional — uma aposta na diplomacia como caminho viável em tempos de incerteza e polarização.
Fonte: CNN