A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, afirmou ter sido alvo de ameaças e tentativas de intimidação nos dias que antecederam a apresentação do relatório final da comissão. A denúncia foi feita em entrevista publicada nesta quinta-feira (13) pelo portal Metrópoles.

Segundo Soraya, as ameaças surgiram justamente no momento mais sensível da CPI, quando ela finalizava o parecer que recomenda o indiciamento de 16 pessoas, entre elas empresários, donos de sites de apostas e celebridades como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. “Recebi ameaças veladas, ligações e recados de que estava lidando com gente perigosa, com mafiosos. Tentaram me chantagear com dossiês”, afirmou.

Diante do clima de intimidação, a parlamentar disse ter adotado medidas de proteção. “Não bebo mais água ou café de dentro do Senado. Ando com segurança armada até os dentes”, relatou.

Embora não tenha revelado nomes, a senadora afirma saber de onde partem as ameaças e garantiu ter registrado tudo em atas notariais, além de formalizar uma denúncia junto à Polícia Federal. “Se acontecer algo comigo, com minha família ou minha equipe, sei quem são os responsáveis. Não vou citar nomes, mas basta olhar quem assinou a CPI, quem virou membro e quem a sabotou”, disse.

Mesmo com a rejeição do relatório por parte dos membros da comissão, Soraya garantiu que continuará levando as denúncias à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à PF. “Farei deste limão uma limonada. A vergonha não é minha, é deles. Meu compromisso é com o povo brasileiro”, declarou.

Nos bastidores da CPI, Soraya relata ter enfrentado pressões políticas e resistência interna, especialmente do presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), que, segundo ela, teria atuado sob influência do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira. A senadora afirma que houve tentativas de esvaziar o quórum, com convocações às pressas e sucessivas ausências de membros da comissão.

A crise se agravou após a revelação de uma viagem de Ciro Nogueira a Mônaco, a bordo de um jatinho de Fernando Oliveira Lima, empresário investigado pela CPI e apontado por Soraya como um dos principais nomes do setor de apostas no país.

O episódio é mais um capítulo da disputa política e institucional que marca a CPI das Bets, criada para investigar irregularidades no setor de apostas esportivas e suas conexões com figuras do meio político.

Fonte: Brasil 247

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