Uma nova legislação garante o atendimento humanizado a mulheres e famílias que enfrentam perdas gestacionais, óbito fetal ou neonatal. A medida tem como objetivo principal assegurar suporte emocional e psicológico nesse momento delicado, além de ampliar a oferta de serviços públicos que reduzam riscos e vulnerabilidades para os envolvidos.

A Política Nacional de Humanização do Luto Materno e Parental estabelece diretrizes como o acesso integral e equitativo à saúde e políticas públicas, além da descentralização da oferta de serviços. Entre as principais ações previstas para os prestadores de saúde, estão:

  • Cumprimento de protocolos sanitários para um atendimento humanizado, rápido e eficiente;
  • Encaminhamento das mulheres para acompanhamento psicológico após a alta hospitalar, preferencialmente em casa ou em unidade de saúde próxima;
  • Comunicação entre equipes para garantir que as unidades de saúde tenham ciência da perda;
  • Acomodação em ala separada para mulheres que sofreram perdas ou cujo feto apresente anomalia grave;
  • Direito a acompanhante durante o parto do natimorto e registro de óbito no prontuário.

A legislação também assegura que a família tenha tempo e espaço apropriados para a despedida do feto ou bebê, com participação de pessoas autorizadas, se assim desejarem. Também estão previstas:

  • Atividades de formação e capacitação de profissionais sobre o tema;
  • Apoio da assistência social nos trâmites legais;
  • Possibilidade de coleta de lembranças do bebê, como impressões digitais e plantares;
  • Expedição de declaração com dados do parto, nome escolhido pelos pais e outros registros importantes;
  • Direito da família de decidir sobre sepultamento, cremação e rituais fúnebres, respeitando crenças e vontades. É vedada qualquer destinação do corpo que desrespeite a dignidade da pessoa humana.

Mulheres que passaram por perdas gestacionais também terão direito a exames para investigar as causas do óbito, além de acompanhamento psicológico e médico específico em futuras gestações.

Em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, a lei reforça práticas já adotadas na rede pública municipal de saúde. O Departamento de Atenção Primária à Saúde oferece acolhimento às parturientes, puérperas e suas famílias, com atendimento humanizado que considera tanto o aspecto físico quanto emocional da perda.

Segundo a Secretaria de Saúde local, o processo de cuidado começa com uma escuta qualificada, permitindo que a mulher expresse sentimentos e dúvidas. Quando necessário, ela é encaminhada a uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros e psicólogos, para um atendimento baseado em empatia e respeito.

“Além dos cuidados físicos, é fundamental oferecer suporte psicológico e orientações sobre o luto. A dor emocional precisa ser acolhida como parte essencial da assistência, reconhecendo que a perda perinatal é uma vivência profundamente impactante”, destaca a pasta.

Fonte: O popular

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