Em apenas cinco meses, corregedoria da CMC já abriu 14 investigações para apurar condutas parlamentares; metade foi arquivada

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) já soma 14 sindicâncias abertas neste ano de 2025 para investigar a conduta de vereadores, de acordo com a própria Corregedoria da Casa. Cinco novos procedimentos foram instaurados apenas na última semana, sinalizando um crescimento expressivo de denúncias envolvendo parlamentares curitibanos.
Segundo a assessoria da CMC, sete das 14 sindicâncias já foram arquivadas pelo corregedor Sidnei Toaldo (PRD), que tem até 30 dias para concluir cada apuração. Em abril, o vereador chegou a sugerir a criação de um protocolo contra o sensacionalismo, em reação à repercussão de alguns casos na imprensa e nas redes sociais.
No último dia 28 de maio, foram abertas duas novas sindicâncias:
- A nº 10/2025, movida pela vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), acusa Eder Borges (PL) de ter se beneficiado da força de trabalho da advogada Andreia Maciel, enquanto ela ocupava cargo comissionado no Instituto Municipal de Turismo (IMT). A denúncia é baseada em reportagem do portal The Intercept Brasil.
- A nº 11/2025, protocolada por representantes do Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana, também contra Eder Borges, alega que o parlamentar promoveu “racismo estrutural” e “distorção histórica” ao fazer referência à Ku Klux Klan durante um debate no plenário da Câmara.
Já no dia 2 de junho, outras três sindicâncias foram abertas:
- A 12/2025 aponta que o vereador João Bettega (União) teria omitido das autoridades que o ex-presidente do IMT, José Velloso, não cumpria os requisitos legais para a nomeação.
- A 13/2025 é um desdobramento da denúncia contra Eder Borges por possível nepotismo, ao indicar Victoria Lauren Maciel de Almeida, supostamente sua enteada, para cargo comissionado.
- A 14/2025 apura fatos atribuídos à vereadora Sargento Tânia Guerreiro (Pode). Neste caso, nem o denunciante nem o conteúdo da acusação foram divulgados.
O aumento no número de sindicâncias na Câmara de Curitiba chama atenção para o ambiente político da capital paranaense, onde ética pública e uso do cargo vêm sendo alvo constante de questionamentos. Embora a simples abertura de uma sindicância não signifique culpa, o volume crescente de denúncias pode indicar a necessidade de maior transparência, fiscalização e formação ética no exercício parlamentar. Cabe agora à Corregedoria manter a imparcialidade e à sociedade, a vigilância ativa.
Fonte: Bem Paraná