
Em tom direto e com forte carga política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou neste domingo (1º) que a esquerda precisa conquistar a maioria no Senado Federal nas eleições de 2026 para evitar que a direita “avacalhe” o Supremo Tribunal Federal (STF). A afirmação foi feita durante o encerramento do congresso nacional do PSB, em Brasília, e sinaliza uma antecipação da disputa pelo controle do Congresso.
“Nós precisamos ganhar a maioria do Senado, porque, senão, esses caras [da direita] vão avacalhar com a Suprema Corte”, afirmou Lula, ao defender a importância de eleger senadores alinhados ao governo.
O presidente também ponderou que o STF “não é uma maçã doce”, mas reforçou a necessidade de preservar as instituições que sustentam a democracia. O discurso de Lula ocorre num momento em que cresce o apetite da oposição por espaço no Senado, que em 2026 renovará dois terços das cadeiras — 54 dos 81 senadores.
A direita já articula abertamente conquistar maioria na Casa. Em fevereiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que há “quase 40 senadores” dispostos a apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Na contramão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), declarou que não colocará pedidos de impeachment em pauta, destacando que o Senado “não é órgão de correção do STF”.
A fala de Lula lança um alerta sobre os rumos da institucionalidade e expõe a tensão entre os Poderes. O Senado, por sua competência constitucional, tem a prerrogativa de analisar processos contra ministros do Supremo, o que o torna peça-chave no xadrez político de 2026.
Lula elevou o tom contra a direita e transformou o Senado em trincheira estratégica para 2026. Ao convocar a base aliada para conquistar maioria na Casa, o presidente revelou o temor de interferência no STF e escancarou os bastidores de uma batalha que já começou — pelo controle do Judiciário via urnas
Fonte: Poder360