
Com produtividade histórica na primeira safra e expansão da segunda, o estado projeta ultrapassar as 18,1 milhões de toneladas colhidas em 2016/17. Desempenho reafirma protagonismo do agronegócio paranaense.
O Paraná está a caminho de registrar a maior safra de milho de sua história em 2024/25, mesmo com adversidades climáticas. A estimativa, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), projeta uma colheita superior à histórica safra 2016/17, quando o estado produziu 18,1 milhões de toneladas do grão.
A segunda safra, principal responsável pela produção recorde, está estimada em 16,15 milhões de toneladas e já foi totalmente plantada. A área de cultivo aumentou para 2,72 milhões de hectares — crescimento de 7,4% em comparação ao ciclo anterior. A primeira safra, finalizada na última semana, apresentou a maior produtividade da história: cerca de 10,8 mil quilos por hectare. Mesmo com redução de 8% na área plantada, a colheita somou quase 3 milhões de toneladas.
Outros destaques da agricultura paranaense
O boletim do Deral também trouxe projeções para outras culturas estratégicas. A produção de cevada deve atingir 411,5 mil toneladas, 39% a mais que no ano anterior, beneficiada pelo aumento de 17% na área plantada. Guarapuava, no Centro-Sul do estado, segue como epicentro do plantio.
Para o café, a expectativa é de recuperação: a colheita de 42,8 mil toneladas representa aumento de 6% em relação à safra anterior, superando os impactos da seca de 2023. Já o trigo pode alcançar 2,73 milhões de toneladas, incremento de 19% mesmo com uma área plantada 25% menor. O clima tem favorecido a cultura, com 96% das lavouras em boas condições.
Por outro lado, o feijão sofre com perdas. A seca e a infestação por moscas brancas comprometeram a segunda safra, cuja produção estimada é de 534 mil toneladas — uma queda de 22% em relação ao ano anterior. A área plantada também foi reduzida em 25%.
Proteína animal: custos sobem, preços acompanham
O Boletim de Conjuntura Agropecuária também apresentou dados da avicultura. Em abril de 2025, o custo de produção do frango vivo no Paraná atingiu R$ 4,88/kg, com leve alta de 0,4% em relação ao mês anterior. O aumento anual de 14% é atribuído principalmente ao encarecimento da ração (15,2%) e dos pintinhos de um dia (20%).
O preço médio pago ao produtor também subiu. Em abril, foi registrado em R$ 5,07/kg, alta de 8,6% em relação a março e 13,7% acima do valor praticado em abril de 2024.
Num cenário em que as mudanças climáticas colocam à prova a resiliência da agricultura, o Paraná demonstra que planejamento técnico, uso de tecnologia e estratégias de diversificação podem transformar incertezas em recordes. A força do campo paranaense vai além dos números: é um reflexo da capacidade de adaptação de seus produtores e da robustez das políticas públicas voltadas ao agro.
Fonte: AEN – PR